sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Campo Eletromagnético de Radiofrequência

Celular e glioma: verdade ou mito?
Lá vamos nós novamente para o assunto polêmico: celular. Ele já faz parte da nossa vida há quase 20 anos, está enraizado na sociedade como uma praga, é colorido, acessa a internet, toca música, tira foto. Enfim, não ter um celular hoje é para os que não querem ceder a pressão social (sim, é possível viver sem celular). E ele provoca câncer? Atualmente ele está inserido na mesma categoria que picles, é, aquele do Big Mac (...cebola e picles num pão com gergelim), já publiquei um post aqui (acesse e relaxe) que trata do assunto, capaz de te deixar bem informado, tanto quanto outro texto que meu ex-aluno Gustavo Lepore fez para o Aopedavida. Ele se baseou em um review, que é quando cientistas analisam diversos artigos diferentes sobre um tema para produzir um documento mais integrado sobre o assunto, de uma famosa e conceituada revista, muito provavelmente idônea. O texto dele está ai embaixo. Esse review deve ter tido um peso grande na mudança da classificação da OMS do celular para a categoria 2B (a do picles). Não quer ter câncer? Esqueça essa história de celular e pare de fumar e beber, pois isso sim pode comprovadamente (categoria 1) te causar um câncer.


Denomina-se “glioma” todo câncer (tumor maligno) localizado no sistema nervoso, mais precisamente no cérebro.
Esse tipo de câncer é bem famoso na mídia, e aparece sempre associado a uma palavra que invadiu nosso vocabulário desde meados do século XX: o celular.
Todos já ouviram falar sobre a hipótese de um celular ser causador de um glioma. Fato. Mas ir atrás do que realmente é correto e comprovado não é coisa de mídia sensacionalista.
Enfim, tudo o que disseram na TV é verdade? O glioma pode realmente ser ocasionado pelo uso excessivo do aparelho celular?
A resposta é sim e não. Mas calma, vamos entender o processo. O câncer nada mais é do que uma célula que sofreu um processo natural ou induzido de mutação. Essa mutação, mais precisamente está nos genes (segmentos do DNA que guardam uma característica), e estes, darão origem a proteínas diferentes, que farão parte da composição da célula. Está célula então, uma vez crescida e já no fim do seu ciclo celular sofrerá divisão e dará origem a duas células iguais à célula-mãe, e assim sucessivamente, fazendo com que o câncer cresça.
A causa disso tudo pode ser o simples acaso, ou então algum tipo de fator exógeno (externo), e daí entram os celulares. Vários fatores exógenos podem ocasionar um câncer, como a radiação (como se viu em Chernobyl, Ucrânia), ondas eletromagnéticas e de radiofrequência, etc.
O celular é um exímio artilheiro de ondas de radiofreqüência (RF), então pode-se dizer que ele pode ocasionar um glioma. Estudos realizados por pesquisadores dinamarqueses e suecos mostraram que há uma possível ligação entre os indivíduos que usam celular em excesso e sua predisposição para desenvolver um glioma futuramente. Este estudo acompanhou indivíduos desde 1982 até 1995, e a conclusão foi: “mesmo que tênue, não se pode negligenciar a visível relação entre o uso excessivo de aparelhos celulares com o desenvolvimento de tumores cerebrais.”. Não deixe de notar que a relação é classificada como tênue. Estes resultados surtiram na aceitação deste fato pelo IARC (sigla em inglês, Instituto para Agência Internacional de Pesquisa em Câncer)
Isso não significa que o celular é o principal causador de gliomas em humanos. Tal conclusão seria mais do que equivocada. A maioria dos casos registrados de gliomas em humanos provêm de outros fatores, como um câncer que já passou pelo processo de metástase (difusão de células cancerígenas pelo corpo através da corrente sanguínea, podendo as mesmas se instalarem em uma área aleatória do organismo), aparelhos hospitalares (RMI e TC, por exemplo), estações de rádio... em resumo: toda aquela fonte de ondas de radiofrequência entre 30 kilohertz e 300 gigahertz.
Por fim, basta tomar cuidados. O que esse review mostra é que apenas o uso excessivo do celular poderia ocasionar a aparição de um glioma, e aqui fica a dica: nada supera o poder da desinformação; quando trata-se de um assunto sério como este, busque informações com cientistas e especialistas no assunto, não com a TV.
Gustavo Tadeu Barem Lepore Jr. (anakin_lepore@hotmail.com)

Nenhum comentário: