sábado, 5 de fevereiro de 2011

Janela

Nosso mundo é tudo aquilo que a gente vê. Não falo da luz que entra nos olhos, mas até onde os olhos vão. Isso não depende do alcance visual, depende do alcance de nossas mentes, pois lá está o destino final da luz.
Podemos estar em um quarto fechado, e o mundo se resumir a ele, àquelas paredes, chão e teto. Mas podemos estar no mesmo quarto e o mundo ser todo o universo, até onde chega nosso conhecimento e nossa imaginação. É tudo questão de saber o tamanho da janela que abrimos.

A primeira vez em que minha janela foi realmente aberta aconteceu há muitos anos no início da década de 80, nas manhãs de domingo, quando passava antes da Fórmula 1, muito cedo, a série Cosmos criada pelo astrônomo Carl Sagan. Ela mostrava para nós, leigos, o que se sabia na época sobre o universo, seu comportamento, suas peculiaridades, suas belezas. As roupas da época são engraçadas vistas hoje, bem como as enormes costeletas e cabelos desgrenhados. A música era quase toda eletrônica, feita por teclados avançadíssimos na época, e que hoje soa démodé. Mas a viagem entre os planetas e entre as galáxias eram incríveis; elas mostravam um universo belo, silencioso, colorido e poderoso. Aquilo fez muita diferença e mostrou onde qualquer um de nós pode chegar. Não fisicamente, claro, mas com a alma de nosso imenso cérebro.

Carl Sagan foi um grande cara, que buscou o conhecimento e com ele procurou contribuir para sua sociedade até quando pôde, em 1996, abatido por um câncer. Uma das muitas coisas que me ensinou é que não moramos numa casa, nem numa cidade ou num país. E nada disso faz sentido! Moramos em um planeta, o terceiro a partir da estrela que chamamos de Sol, e quase tudo que aqui fazemos afeta esse planeta e as pessoas que aqui vivem.
Sobre o universo, há programas muito melhores e mais bem feitos atualmente. Espero que algum deles te “pegue” por aí, e abra mais ainda sua janela.