Pois bem, depois de quase dois meses de merecidas férias volte eu a escrever aqui. Vou contar que estava com uma baita de uma preguiça mas um dos meus alunos me deu novo ânimo. Foi o Rodrigo Oliveira, aluno de 3º ano, que estará em breve numa ótima universidade e que decidiu que iria escrever, o texto dele corre logo abaixo (Valeu, Rodrigo). Esse novo ânimo veio porque eu estava achando que ninguém estava afim de usar esse bendito canal (que já está chegando a 50.000 visualizações) de divulgação que eu me esforcei tanto para que existisse. O convite continua em pé para todos aqueles que eu conheço, sejam amigos ou alunos, que estejam com vontade de divulgar ciência.. Para aprimorar o texto do Rodrigo vai aqui um link com um vídeo sobre um instituto bostoniano (de Boston) para o estudo da doença, e aqui um site que auxilia os doentes a terem uma vida melhor e também ensina como prevenir os danos cerebrais. Vamos ver se eu animo de vez e posto pelo menos uma vez por semana.
Depois de voltar da guerra do Iraque, um
ex-fuzileiro naval norte-americano descobriu-se incapaz de recordar
conversas, datas e rotinas da vida diária. Tornou-se irritadiço, gritava
com os filhos, e se afastou da família. Ele e a mulher começaram o
procedimento para o divórcio. O Departamento de Assuntos de Veteranos o
diagnosticou com distúrbio de estresse pós-traumático, ou DEBT. Quando
seus pais ficaram sem notícias dele por dois dias, pediram à polícia que
o procurasse. Os policiais encontraram o seu corpo, ele se havia
enforcado com um cinto.
Essa história é lamentavelmente
comum, mas a autópsia do cérebro desse jovem revelou uma coisa chocante
que pode lançar a luz sobre a epidemia de suicídios e outros distúrbios
experimentados por veteranos de guerras no Iraque e no Afeganistão. Seu
cérebro havia sido fisicamente alterado por uma doença chamada
encefalopatia traumática crônica, ou ETC. Essa é uma condição
degenerativa mais conhecida por afetar boxeadores, jogadores de futebol
americano e outros atletas que recebem repetidas pancadas na cabeça.
Em pessoas com ETC, uma forma anormal de uma proteína se acumula e
acaba destruindo células por todo o cérebro, incluindo nos lobos frontal
e temporal, que são áreas que regulam o controle de impulsos, o juízo, a
capacidade de realizar muitas tarefas simultaneamente, a memória e as
emoções. As explosões de bombas ou granadas poderiam ter um efeito
catastrófico semelhante aos de concussões repetidas nos esportes.
O DEBT em um contingente de alto risco, como veteranos de guerra
poderia ser, na verdade, é uma doença física e decorrente de um dano
cerebral permanente, e não uma doença psicológica.
A
descoberta do ETC em veteranos pode ser extremamente importante.
Infelizmente, também poderia sugerir que o pior ainda está por vir, pois
o ETC tipicamente se desenvolve no meio da vida, décadas após a
exposição.
Fonte: Celso Paciornik
Rodrigo Oliveira (hollanda.oliveira@hotmail.com)
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