domingo, 26 de fevereiro de 2012

Alzheimer e Parkinson

Diagnóstico diferencial de demências
Mais um post produzido pelo Gustavo, e esse fala de duas das doenças degenerativas mais famosas e que mais acometem os velhinhos. O que mais me preocupa é saber que uma boa parte dos idosos serão vitimas, mesmo aqueles que mantiveram oi cérebro ativo, com exercícios de cognição e memória, por exemplo. Eu pretendo fazer o que for possível para não entrar nessa estatística. O gustavo também indicou esse outro post, que dá suporte ao seu texto, é só acompanhar em seguida. Valeu, Gustavo!



“Bom, o Alzheimer é aquela doença que faz com que a pessoa se esqueça das coisas, e o Parkinson é aquela da tremedeira lá...”
É o que ouço da parte majoritária das pessoas quando pergunto sobre este assunto. Infelizmente esses quadros clínicos estão se tornando cada vez mais frequentes , e saber apenas o que está nas aspas pode não ser o suficiente, tendo por vista que estas doenças podem ser amenizadas (não curadas, ainda) com algumas medidas que estão ao alcance de nossas mãos.
Como pretendo fazer minha residência em neurologia e neurocirurgia, me empolgo ao falar e explicar sobre estes assuntos, ainda mais quando tal/tais problema(s) - o plural é facultativo – acomete(m) uma boa parte da população, incluindo alguns entes próximos, até mesmo a família.
Sabemos que ao envelhecer, nosso cérebro começa a perder volume e massa naturalmente, aproximadamente 9g anualmente, a partir dos 40 anos de idade. Com o tempo, essa perda pode tornar-se significativa, afetando as faculdades intelectuais, como o esquecimento de feitos ou padrões. Normal, além do mais, a perda de intelectualidade pode ser atenuada ou mesmo anulada se o exercício cerebral estiver sempre sendo utilizado (nunca pare de pensar!). Em casos mais graves destes sintomas há um quadro clínico, chamado demência senil, que chega a acometer cerca de 4% da população com mais de 65 anos, chegando a 20% da população com mais de 80 anos.
Mas chegando às doenças neurodegenerativas, o Alzheimer é um pouco diferente. Suas causas ainda não são exatamente compreendidas, mas quanto a isso, não faltam cientistas e neurocientistas atrás de respostas. Porém, tudo indica que o Alzheimer tem gênese genética, ou seja, é um mal que está nos genes expressos (eucromatina) do indivíduo portador. Trata-se da formação de fibrinas (coágulos, podemos dizer) por enzimas, utilizando determinados componentes protéicos produzidos pelas células nervosas. Estas fibrinas têm formas de placas, e acometem a degeneração nervosa, ocasionando perda de memória, reconhecimento de padrões, formulação de pensamento, da fala e em casos mais graves, da coordenação e postura. É uma doença realmente devastadora, que trazem ao doente problemas de afetividade e inclusão. Uma maneira de se resolver este mal é a elaboração de novos fármacos para conter o problema (a formação das fibrinas), mas se fosse fácil, já o teriam feito, concordam?
O mal de Alzheimer acomete cerca de 50% das pessoas que apresentam demência com mais de 50 anos. É um número bem grande.
Continuando na lista de das doenças neurodegenerativas, encontra-se o Parkinson. Este mal, diferentemente do Alzheimer, não possui cerne na genética. Trata-se da degeneração de neurônios específicos localizados na massa negra do mesencéfalo, responsáveis pela produção de um neurotransmissor denominado dopamina, que é primordial na manutenção e execução de movimentos. Com a carência deste neurotransmissor e destes neurônios, o doente perde o controle de seus movimentos gradualmente, começando pelas mãos, passando pela cabeça, membros inferiores e por aí vai. O doente perde expressividade e sofre de enrijecimento dos músculos. Há casos de perda das faculdades mentais nos estágios mais avançados da doença. No entanto, diferentemente do Alzheimer (novamente), há uma infinidade de fármacos que tratam o Parkinson, mas é incontrastável a prática de exercícios físicos junto à medicação.
A atrofia cerebral natural, junto da perda de intelectualidade, raciocínio e pensamento estão sendo estudadas por várias universidades do mundo, as quais realizam testes com grupos de indivíduos para detectar a influência de nutrientes e vitaminas na perda da massa encefálica e perda do raciocínio. Resultados já foram lançados em revistas de publicações científicas idôneas, como a Science e a brasileira Ciência Hoje, nesta última edição de fevereiro de 2012. Os resultados consistem em: a ingestão de vitaminas, como as do complexo B, vitamina C, D e E, juntamente do ômega 3 (óleo insaturado no carbono 3, contado a partir da ponta ômega da molécula; encontrado em peixes, por exemplo) evitam a perda de massa encefálica proporcionada pela atrofia cerebral natural.
Contudo, os estudos são pioneiros, e ainda percorrerão um longo caminho para que tal veracidade dos resultados seja comprovada... mas, em uma entrevista particular à revista de divulgação científica Ciência Hoje, na seção “Mundo da Ciência”, uma pesquisadora brasileira renomada na área diz que a vitamina E (tocoferol, lipossolúvel, encontrada nos ovos, por exemplo) e o ômega 3 são as duas substâncias que tem eficácia comprovada na saúde do cérebro.
Eu já falei pra minha mãe, sempre que sobrar um dinheirinho pra comprar um peixe mais gostoso, que ela compre, se não sobrar, vou de sardinha mesmo! Azeite e ovos... ah vai, não é nenhum sacrifício! E lembre-se, antes de se entupir de complementos vitamínicos e drágeas, consulte um médico ou um nutricionista!
Viva o cérebro!
Gustavo Lepore (anakin_lepore@hotmail.com)

Nenhum comentário: