Mais um post produzido pelo Gustavo, e esse fala de duas das doenças degenerativas mais famosas e que mais acometem os velhinhos. O que mais me preocupa é saber que uma boa parte dos idosos serão vitimas, mesmo aqueles que mantiveram oi cérebro ativo, com exercícios de cognição e memória, por exemplo. Eu pretendo fazer o que for possível para não entrar nessa estatística. O gustavo também indicou esse outro post, que dá suporte ao seu texto, é só acompanhar em seguida. Valeu, Gustavo!
“Bom, o
Alzheimer é aquela doença que faz com que a pessoa se esqueça das coisas, e o
Parkinson é aquela da tremedeira lá...”
É o que
ouço da parte majoritária das pessoas quando pergunto sobre este assunto.
Infelizmente esses quadros clínicos estão se tornando cada vez mais frequentes
, e saber apenas o que está nas aspas pode não ser o suficiente, tendo por
vista que estas doenças podem ser amenizadas (não curadas, ainda) com
algumas medidas que estão ao alcance de nossas mãos.
Como
pretendo fazer minha residência em neurologia e neurocirurgia, me empolgo ao
falar e explicar sobre estes assuntos, ainda mais quando tal/tais problema(s) -
o plural é facultativo – acomete(m) uma boa parte da população, incluindo
alguns entes próximos, até mesmo a família.
Sabemos
que ao envelhecer, nosso cérebro começa a perder volume e massa naturalmente,
aproximadamente 9g anualmente, a partir dos 40 anos de idade. Com o tempo, essa
perda pode tornar-se significativa, afetando as faculdades intelectuais, como o
esquecimento de feitos ou padrões. Normal, além do mais, a perda de
intelectualidade pode ser atenuada ou mesmo anulada se o exercício cerebral
estiver sempre sendo utilizado (nunca pare de pensar!). Em casos mais graves
destes sintomas há um quadro clínico, chamado demência senil, que chega
a acometer cerca de 4% da população com mais de 65 anos, chegando a 20% da
população com mais de 80 anos.
Mas chegando
às doenças neurodegenerativas, o Alzheimer é um pouco diferente. Suas
causas ainda não são exatamente compreendidas, mas quanto a isso, não faltam
cientistas e neurocientistas atrás de respostas. Porém, tudo indica que o Alzheimer
tem gênese genética, ou seja, é um mal que está nos genes expressos
(eucromatina) do indivíduo portador. Trata-se da formação de fibrinas
(coágulos, podemos dizer) por enzimas, utilizando determinados componentes
protéicos produzidos pelas células nervosas. Estas fibrinas têm formas de
placas, e acometem a degeneração nervosa, ocasionando perda de memória,
reconhecimento de padrões, formulação de pensamento, da fala e em casos mais
graves, da coordenação e postura. É uma doença realmente devastadora, que
trazem ao doente problemas de afetividade e inclusão. Uma maneira de se
resolver este mal é a elaboração de novos fármacos para conter o problema (a
formação das fibrinas), mas se fosse fácil, já o teriam feito, concordam?
O mal
de Alzheimer acomete cerca de 50% das pessoas que apresentam demência com
mais de 50 anos. É um número bem grande.
Continuando
na lista de das doenças neurodegenerativas, encontra-se o Parkinson.
Este mal, diferentemente do Alzheimer, não possui cerne na genética. Trata-se
da degeneração de neurônios específicos localizados na massa negra do
mesencéfalo, responsáveis pela produção de um neurotransmissor denominado
dopamina, que é primordial na manutenção e execução de movimentos. Com a
carência deste neurotransmissor e destes neurônios, o doente perde o controle
de seus movimentos gradualmente, começando pelas mãos, passando pela cabeça,
membros inferiores e por aí vai. O doente perde expressividade e sofre de
enrijecimento dos músculos. Há casos de perda das faculdades mentais nos
estágios mais avançados da doença. No entanto, diferentemente do Alzheimer
(novamente), há uma infinidade de fármacos que tratam o Parkinson, mas é
incontrastável a prática de exercícios físicos junto à medicação.
A atrofia
cerebral natural, junto da perda de intelectualidade, raciocínio e pensamento
estão sendo estudadas por várias universidades do mundo, as quais realizam
testes com grupos de indivíduos para detectar a influência de nutrientes e
vitaminas na perda da massa encefálica e perda do raciocínio. Resultados já
foram lançados em revistas de publicações científicas idôneas, como a Science
e a brasileira Ciência Hoje, nesta última edição de fevereiro de
2012. Os resultados consistem em: a ingestão de vitaminas, como as do complexo
B, vitamina C, D e E, juntamente do ômega 3 (óleo insaturado no carbono 3,
contado a partir da ponta ômega da molécula; encontrado em peixes, por exemplo)
evitam a perda de massa encefálica proporcionada pela atrofia cerebral natural.
Contudo,
os estudos são pioneiros, e ainda percorrerão um longo caminho para que tal
veracidade dos resultados seja comprovada... mas, em uma entrevista particular
à revista de divulgação científica Ciência Hoje, na seção “Mundo da
Ciência”, uma pesquisadora brasileira renomada na área diz que a vitamina E
(tocoferol, lipossolúvel, encontrada nos ovos, por exemplo) e o ômega 3 são as
duas substâncias que tem eficácia comprovada na saúde do cérebro.
Eu já
falei pra minha mãe, sempre que sobrar um dinheirinho pra comprar um peixe mais
gostoso, que ela compre, se não sobrar, vou de sardinha mesmo! Azeite e ovos...
ah vai, não é nenhum sacrifício! E lembre-se, antes de se entupir de
complementos vitamínicos e drágeas, consulte um médico ou um nutricionista!
Viva o
cérebro!
Gustavo Lepore (anakin_lepore@hotmail.com)
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