Acordei, nesta sexta de feriado, mais cedo do que eu desejava, ou mesmo merecia. Mas, pensei no lado bom, afinal, qual dia melhor para escrever para o Ao Pé da Vida?
Ótimo. Liguei meu computador com um certo entusiasmo, bom, entusiasmo até o momento em que cliquei em 'Nova Postagem', me deparando, assim, com um borrão branco no meu monitor...
- Verdade. Vou escrever sobre o que?... é, eu não faço ideia.
Precisava pensar. Dizem por aí que se jogar uma bolinha na parede por um tempo, as ideias vêm. Foi o que eu fiz. Surrupiei a bolinha toda babada do meu cachorro, já que a minha "bolinha do pensar" estava meio longe, cerca de uns 2 metros quase, encaixada na minha caneca do Darth Vader. Joguei a bolinha algumas vezes na parede, contudo, em nada deu. Nenhuma ideia veio à minha cabeça, e ainda tive que levantar para limpar toda a baba das minhas mãos.
Aproveitando o embalo... pensei:
- Por que eu não vou ao parque? Ver um pouco de verde nesse cubo de concreto que é a cidade pode ser bom pra mim...
12:00, vulgo "meio-dia"...
Cheguei ao parque. O ar era nitidamente diferente. Podia ser que as ideias começassem a fluir. Realmente acreditei nisso, e andando um pouco, vi um senhor sentado em um banco. Barbas longas, olhos azuis e uma expressão de naturalista conservador inconfundível.
Era o Darwin.
Mas não poderia ser, Charles Darwin, Darwin, Darwinzinho, o cara está morto, e eu sabia disso. Mesmo assim, eu sentei ao seu lado, e comecei...
- Charles Darwin, não é?
- Charles Macaco Darwin, não se esqueça de nossas origens meu rapaz! - respondeu o velho.
- Ah, mas o homem não veio do macaco, só partilha um descendente com ele.
- E você vai vir explicar isso para mim? Não obstante disso, ainda vai me olhar com essa expressão de espanto?
- Desculpe, é que achei que o senhor estivesse morto. Sou bem realista ao ponto de saber que ninguém vive mais de duzentos anos, porém, é bom encontrá-lo aqui, preciso de ajuda...
- O que foi, rapaz?
- Sabe, eu escrevo textos sobre ciência em um blog, e preciso de ideias...
- Por que não escreve sobre minha Teoria da Evolução?
- Já escrevi.
- Hum... sobre medicina?
- Ah, nada de mais aconteceu pra eu contar.
- ... sobre Física?
- Acho que o pessoal do blog não gosta muito de física, dá pra ver pelo número de visualizações dos meus posts de física, quando comparados aos outros.
- Política?
- Ah, nem me fale! Ontem mesmo eu ouvi na TV a Dilma falar mal, pra variar, das privatizações do governo FHC, e depois puxou o saco do Lula. Será que ela esqueceu que ele privatizou três dos maiores aeroportos do Brasil? É, melhor eu não falar sobre política...
- Filosofia então? Meu rapaz, você não sabe como filosofar faz bem...
- Bem? Poxa, Darwin... nos últimos anos da vida de Sócrates...
- É, eu sei, meu rapaz. O pobre coitado ficava nu questionando as pessoas sobre tudo, e depois foi condenado à morte... então, fale sobre química! Pronto, química eu sei que você deve gostar!
- É, eu gosto de química, mas não sei o que escrever sobre isto, dessa vez.
- Então acho que eu não posso ajudá-lo, meu rapaz.
- Pois é, se nem você conseguiu me ajudar, melhor eu não escrever nada...
...
...
...
- Darwin!?
Ele havia sumido. Ou será que ele nem ali esteve? Eu tinha acabado de ler "Salud Mental En Medicina", de Héctor A. Ferrari, que minha avó gentilmente trouxe de Buenos Aires, quando foi comemorar suas bodas com meu avô... bodas de ouro? Pedra? Urânio? Sei lá, nem me perguntem. Mas acho que o livro entrou na minha cabeça de verdade, talvez deva me preocupar mais com minha sanidade. Mas essa conversa com Darwin me rendeu uma ideia...
Escrever sobre ela.
Quase cobro dele meu XBOX360 que não veio no natal passado...
Mas daí eu vi que era o Darwin.
3 comentários:
Demais! Adorei. Charles Ape Darwin seria melhor. Cada dia mais legal
Hahaha!! Gostei do post!!
No final das contas, você acabou escrevendo sobre um dia de sua vida..e que foi bem interessante!
Obrigado Chris!
Continue visitando o blog, logo logo tem mais.
Um abraço!
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