"A escuridão imensa e
arrebatadora é quebrada aqui e ali por um débil ponto luminoso que, observado
de mais perto, se revela um poderoso sol incandescente num incêndio
termonuclear e aquece um pequeno volume do espaço à sua volta. O universo
resume-se quase só a um vazio negro e, contudo, o número de sóis existentes
é espantoso. As regiões na vizinhança imediata desses sóis representam uma
fração mínima da vastidão do cosmos, mas muitas - talvez a maioria dessas
alegres, brilhantes e clementes regiões circum-estelares - são,
provavelmente, ocupadas por mundos. Só na galáxia da Via Láctea deve haver
100 mil milhões de mundos, nem demasiado próximos, nem demasiado distantes do
sol local, à volta do qual orbitam em silenciosa homenagem gravitacional.
Esta é a
história de um desses mundos, talvez não muito diferente dos outros; é
sobretudo a história dos seres que nele evoluíram e, de entre esses, de uma
espécie em particular. Para estar
vivo milhões de anos após a origem da vida, um ser tem de ser resistente,
engenhoso e afortunado, a fim de escapar aos muitos perigos que surgem pelo
caminho. As formas de vida podem, por exemplo, vingar por serem pacientes ou
vorazes, solitárias e camufladas ou pródigas em descendentes, predadoras
temíveis ou capazes de fugir para um lugar seguro, nadadoras ou escavadoras de
tocas ágeis, desembaraçadas na libertação de líquidos nocivos e
desorientadores ou mestras na arte de se infiltrarem no próprio material
genético de outros seres, ou então por se encontrarem, casualmente, num local
distante quando os predadores atacam, o rio fica envenenado ou os recursos
alimentares escasseiam. Os seres em que estamos especialmente interessados
eram, até há não muito tempo, extremamente gregários, barulhentos,
belicosos, arborícolas, autoritários, sensuais e espertos, utilizavam
ferramentas, tinham uma infância prolongada e mostravam afeto pelos filhos. Uma
coisa levou à outra e, num abrir e fechar de olhos, os seus descendentes
multiplicaram-se por todo o planeta, dizimaram os rivais, inventaram
tecnologias que transformariam o mundo e representariam um perigo mortal para
si próprios e para muitos dos seres com quem partilhavam a sua pequena casa.
Simultaneamente, começaram a visitar os planetas e as estrelas."
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Um comentário:
Não, não vou morrer cedo. Mas o que é vivo inevitavelmente morre. Que seja muito no futuro. Tenho muito o que escrever ainda
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